O Krav Maga para o público feminino
O Krav Maga é a arte de defesa pessoal mais praticada no mundo, além da segurança, sua filosofia nos conduz em um caminho onde nos sentimos mais autoconfiantes.
Segundo pesquisas, a cada 11 minutos uma mulher é estuprada no Brasil. Infelizmente vivemos em tempos sombrios, onde não estamos seguros nem dentro de nossas próprias casas, podendo ser vítimas de assalto a qualquer momento, imagine andar sozinha na rua, onde o quadro se agrava se for uma mulher e/ou LGBT. Aprender a autodefesa vem se tornando cada vez mais necessário. O mundo segue se tornando mais violento e as questões de raça e gênero são fatores que influenciam bastante na violência, pois se você é uma mulher negra e/ou uma mulher trans as chances de sofrer abuso aumentam drasticamente, cito essas questões por elas estarem enraizadas na estrutura da nossa sociedade. E é por não sabermos em quem confiar que precisamos aprender a nos defender. Com a prática do Krav Maga – que é para todos e todas as idades – além da segurança, nos é possibilitado uma série de benefícios referentes à saúde e o convívio social.
Minha experiência no Krav Maga, a arte de defesa pessoal que surgiu em Israel, começou em 2013. Quando tinha meus 14 anos praticava Karatê e fui convidada por meu professor a conhecer o Krav Maga. Encontrei-me nesta arte, me apaixonando pela prática e futuramente me tornando professora. De um modo de ser mais recluso e inseguro, passei a me sentir mais autoconfiante e com a autoestima mais elevada, evitava as situações de risco e cuidava tanto da saúde do meu corpo como da minha mente. Por ter depressão e transtorno de ansiedade o Krav Maga havia se tornado uma válvula de escape, ajudando bastante a lidar com estes problemas.
De acordo com pesquisas que realizei em um projeto na Universidade e dados obtidos na internet, a busca das mulheres pela arte marcial vem aumentando cada vez mais, muitas vezes essa procura se dá devido o interesse estético, pois querem manter o corpo em forma, porém permanecem praticando por perceberem a importância de aprender a autodefesa.
Participando do movimento feminista pude ver com mais clareza o quão necessário é as mulheres aprenderem a se defender. A quantidade de estupros e feminicídio é assustador. Como instrutora de Krav Maga formada por uma instituição séria como a CBKM – Confederação Brasileira de Krav Maga e assumindo o meu papel de mulher negra feminista, quero passar o melhor para público feminino com o qual eu tenha contato, e assim crescermos juntas dentro da arte de defesa pessoal.

Professora Juliana Cruz
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